Sou do mar, da liberdade, 

de mais nada

Ninguém me vê

Apenas os peixes, desconfiados

Os albatrozes

 E mais ninguém – talvez

Sinto-me potente, desbravador e espanto a solidão 

com meu par de remos

Navego sem a precisão de um timoneiro

Mas sei onde quero ir

 E vou

Eu e meu velho barco

E mais nada

As vezes, a minha prepotência me leva

a horizontes desconhecidos

Um universo infinito de águas

E mais nada

As vezes, não encontro forças para voltar

Mas volto

Meio morto

Meio vivo

E mais nada